Fragmentos de mim

8.3.07

Dia Internacional da Mulher

No dia 8 de Março de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio.
Cerca de 130 mulheres morreram queimadas.

Em 1910, numa conferência internacional de mulheres, realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas corajosas mulheres, comemorar o 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher”. Desde então, este dia pretende chamar a atenção para a necessidade de reconhecer a dignidade da mulher, ajudando a contestar e rever preconceitos e limitações que lhe são impostas.

Portugal tem caminhado em direcção à igualdade de género. No entanto, as mulheres continuam a ser alvo de múltiplas discriminações:
  • ao nível da educação, uma vez que continuam a ser incentivadas e socializadas para o sucesso escolar mas não para o sucesso educativo;

  • ao nível do emprego, uma vez que o sucesso escolar não corresponde a uma entrada rápida no Mercado de Trabalho e, frequentemente, ainda a salários desiguais para a mesma função;

  • ao nível da participação cívica e política, uma vez que os estereótipos e as redes fechadas à participação feminina continuam a fomentar "the old boys network" e a troca de cadeiras entre os "suspeitos do costume";

  • ao nível da vida familiar, uma vez que que as mulheres continuam a ser as principais responsáveis pelas tarefas domésticas, o cuidado a descendentes e ascendentes dependentes;

  • ao nível da intimidade emocional e física, uma vez que as mulheres continuam a ser as maiores vítimas de violência conjugal;

  • ao nível do lazer, penalizado pela sobrecarga de tarefas e a dupla jornada de trabalho;

  • ao nível da vivência da sexualidade, que continua ser recheada de tabus, condicionada por espartilhos mentais e sociais;

  • ...

É por estes e outros motivos que faz sentido continuar a assinalar o Dia Internacional da Mulher.

Dos homens e das desigualdades de que são alvo fica para outro post...