Fragmentos de mim

26.11.06

Dos valores. Ou não.

Esta coisa da participação é engraçada. Como já dizia alguém, "primeiro estranha-se, depois entranha-se". Para mim é um natural high, um speed, um orgasmo mental. É sentido de pertença e a possibilidade de fazer alguma coisa pelo meu país.

É por isso que me surpreendo sempre com a apatia que grassa por aí. Com a vontade que a maioria das pessoas têm de deixar as coisas cada vez mais na mesma, de não se chatearem.
Esta coisa do referendo acerca da despenalização da IVG tem sido uma surpresa negativa. As pessoas estão-se pura e simplesmente marimbando. E as que não estão não querem intervir publicamente, com medo de represálias, por medo do que as outras pessoas vão pensar e outros argumentos igualmente idiotas. E depois, existem as pessoas pelo NÃO. Como é possível defender os direitos de um embrião e negligenciar os direitos de uma mulher e homem? Como é possível afirmar que uma mulher controla o seu dinheiro, a sua vida mas não lhe permitir controlar o próprio corpo? Como é que a vitória do não ajuda as pessoas?

É por estas e outras que a liderança é mesmo uma questão situacional. É vontade de perceber uma necessidade e ter vontade de contribuir para a mudança. É fazer acontecer aquilo que mais ninguém quer ter o trabalho de preparar mas gostaria de ver implementado. É uma carga de trabalhos. É assim que uma pessoa normal começa a mudar o mundo que o/a rodeia. É assim que eu o vou começar a fazer.